quarta-feira, 4 de março de 2009

Maximize your scale



"Embora eu não duvide que o isolamento contribui consideravelmente para a produção de novas espécies, no todo, parece-me que a grandeza de área é de maior importância, em particular para a produção de espécies com capacidade de subsistir por longos períodos e de disseminarem extensamente. Uma área extensa e não vedada oferece não somente maiores probabilidades para o aparecimento de variações favoráveis, em consequência do grande número de indivíduos da mesma espécie que são sustentados, mas também condições de vida infinitamente complexas devido ao grande número de espécies já existentes. Se algumas destas muitas espécies se modificam ou aperfeiçoam, outras terão de ser melhoradas num grau correspondente ou serão exterminadas.


Assim que tenha sido consideravelmente melhorada, cada nova forma será também capaz de se propagar nessa contínua área não vedada, entrando em competição com muitas outras formas. Novos lugares adicionais serão assim formados e a competição para os ocupar será mais renhida numa área grande do que numa área pequena e isolada. As grandes áreas, embora sejam actualmente contínuas, ainda em tempos recentes, devem muitas vezes, por oscilações de nível, ter existido num estado fraccionado pelo que os bons efeitos do isolamento, em certa medida, fizeram-se também sentir.


Em resumo, posso concluir que, embora as pequenas áreas isoladas tenham provavelmente sido, em alguns aspectos, altamente favoráveis para a produção de novas espécies, o curso das modificações deve, no entanto, ter sido mais rápido nas grandes áreas. E, o que é ainda mais importante, as novas formas produzidas em áreas grandes, tendo já saído vitoriosas em relação a muitos concorrentes, são as que se vão disseminar mais extensamente e dar origem à maioria das novas variedades e espécies, desempenhando assim um papel importante na história variável do mundo orgânico."


Charles Darwin, "A origem das espécies" (1859)



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